PLANO DE CARGAS: É EXIGÍVEL PARA MINIGRUAS, GUINDASTES, PÓRTICOS, PONTES ROLANTES E GUINCHOS DE COLUNA?
PLANO DE CARGAS para um determinado
equipamento de guindar refere-se à GESTÃO
desse equipamento, quando for montado e estacionado num canteiro de obras para
aí ser operacionalizado por um tempo mais prolongado (no mínimo, além de vários
dias).
Para alguns tipos de
equipamentos essa permanência pode ser de vários anos, como ocorre em grandes
obras viárias, barragens e hidrelétricas, montagens industriais, etc...
Portanto, PLANO DE CARGAS não é exclusivo para Gruas, mas também pode e deve ser exigido para todos os demais equipamentos motorizados para movimentação de cargas suspensas num canteiro de obras, qualquer que seja ele: guindaste, minigrua, pórtico, ponte rolante ou um simples guincho de coluna!
Obviamente que, para a
eficaz administração e gerenciamento da operacionalização do equipamento ao
longo do tempo, (daí falarmos em Gestão),
deverá ser organizado um acervo técnico DINÂMICO
constituído por projetos, registros de inspeções e de ações de manutenção,
guarda e arquivamento de comprovantes de treinamentos e/ou de capacitação e
tantos outros que, juntos, comporão o seu PLANO DE CARGA.
Deve
ser DINÂMICO pois necessita
ser constantemente atualizado com a inserção e/ou alteração dos registros
coligidos. E receberá tantas adições quantas forem necessárias.
A
necessidade e obrigação de haver um Plano de Cargas bem organizado é devida a:
a)
comprovação da regularidade face a eventuais perícias
relacionadas à acidentes do trabalho, reclamações trabalhistas, pendências
judiciais de danos a terceiros, etc...
b)
idem perante fiscalizações sobre o cumprimento das Normas
Regulamentadoras do MTE.
À título de exemplificação, elaboramos abaixo uma lista (parcial) de itens que devem ser exigidos para diferentes tipos de equipamentos de guindar, incluindo até o mais simples que é um guincho de coluna.
ITEM
NECESSÁRIO |
GRUA |
MINIGRUA |
GUINDASTE |
PÓRTICO |
PONTE
ROLANTE |
GUINCHO DE COLUNA |
Operador capacitado / treinado |
S |
S |
S |
S |
S |
S(1) |
Conformidade no emprego dos EPIs |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Idem com exames médicos |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Idem para trabalhos em altura |
S |
S |
-- |
D |
D |
S |
Folha de check-list diário |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Verificação do rádio comunicador |
S |
S |
D |
D |
D |
D |
Inspeção da cabina |
S |
-- |
S |
D |
D |
-- |
Verificação de freios |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Idem para os demais comandos |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Idem para os limitadores e dispositivos de segurança |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Inspeção e registros para os elementos de guindar e
contenedores(2) |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Livro de registro de inspeções e ações de manutenção
no equipamento (3) |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Participação de sinaleiro-amarrador de carga |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Aterramento elétrico |
S |
S |
-- |
S |
S |
S |
Instalação de SPIQ = Sistema de Proteção contra
queda de altura |
S |
S |
-- |
D |
D |
S |
Projeto de instalação do equipamento |
S |
S |
D(4) |
S |
S |
S |
Plano de rigging (5) |
D |
D |
D |
D |
D |
-- |
Plano de cargas |
S |
S |
D(6) |
S |
S |
S |
Anemômetro |
S |
-- |
D(7) |
-- |
-- |
-- |
Extintor de incêndio na cabina |
S |
-- |
S |
S |
S |
-- |
Escada de acesso à cabina com cabo-guia |
S |
-- |
-- |
S |
S |
-- |
Isolamento de área sob carga suspensa |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Projeto de contenedores empregados |
S |
S |
S |
S |
S |
S |
Observações
(1) Operador capacitado ou treinado vai depender do tipo e porte do equipamento e da Análise de risco para a sua operacionalização;
(2) Elementos de guindar = tambores de enrolamento do cabo de aço, cabos de aço, polias, moitões, ganchos, cintas sintéticas, corrente de elos, outros elementos e acessórios de guindar como soquetes, anéis olhais, calços, balancins, etc...
(3) O registro de inspeções e de ações de manutenção não se restringe apenas ao equipamento e suas partes principais, mas deve também abranger (mesmo que em documentação separada) os contenedores utilizados (caçambas de concreto, gaiolas para cilindros, caixas para materiais à granel, e outros), e também os elementos de guindar (lingas de cabos de aço, cintas sintéticas, olhais, soquetes, e outros)
(4) Depende; em função de eventual risco de acidente em relação às caraterísticas da superfície/terreno do local de estacionamento
(5) O Plano de Rigging, é exigível para cada operação singular (não repetitiva, nem rotineira) que envolva risco potencial de acidente.
(6) O Plano de cargas para guindaste será exigível no caso de ser operacionalizado num mesmo canteiro de obras por período de tempo prolongado (superior a vários dias/semanas)
(7) O anemômetro instalado em guindastes poderá ser exigível em função do tipo, capacidade e risco da sua operacionalização;
S = indica item necessário
D = item cabível, indicando que a sua necessidade (ou não) dependerá do tipo e
porte do equipamento
e da Análise de risco para a sua operacionalização;
O quadro acima é bem elucidativo quanto ao PLANO DE CARGAS, por ser diferente do PLANO DE RIGGING que é específico para uma determina operação na movimentação de carga suspensa, com potencial risco de acidente.
CONCLUSÃO
Da mesma
forma que o Plano de Cargas pode e deve ser organizado para qualquer
tipo de equipamento motorizado utilizado na movimentação de carga suspensa, (em
função do tempo de permanência na sua operacionalização), a elaboração do
Plano de Rigging pode ser eventualmente necessária a qualquer um desses equipamentos (exceto guincho de coluna),
desde que se refira a uma operação atípica, ou não rotineira, que envolva risco
de acidente significativo.
(1)
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