Com pequenas alterações, transcrevo a publicação abaixo:
JORNAL DO
BRASIL / JANEIRO DE 1997 (edição 00280)
OPINIÃO / TUTTY VASQUES
Tomara que não seja anedota o texto
hilário, trágico e apócrifo, que um dia desses me chegou aos olhos! Trata-se do
relato de um acidente de trabalho encaminhado por um pedreiro. Se for piada, é
obra de um gênio do humor inexplicavelmente escondido sob o anonimato! Confira
o estilo dele.
“Sou assentador de tijolos. Estava trabalhando sozinho no telhado de um edifício de seis andares e, ao terminar o serviço, verifiquei que tinham sobrado 250 quilos de tijolos. Em vez de levá-los à mão para baixo, decidi colocá-los dentro de um barril e descê-los com a ajuda de uma roldana fixada num dos lados do edifício.
Desci ao térreo, amarrei o barril
com uma corda, voltei ao telhado, puxei o barril para cima e coloquei os
tijolos dentro dele. Voltei para baixo, desamarrei a corda e segurei-a com
força de modo que os 250 quilos de tijolos descessem devagar.
Devido a minha surpresa por ter
saltado repentinamente do chão (meu peso é de 80 quilos), perdi a minha
presença de espírito e esqueci de largar a corda. É desnecessário dizer que fui
içado do chão com grande velocidade. Na proximidade do terceiro andar, bati no
barril que estava descendo. Isso explica a fratura do crânio e a clavícula
partida.
Continuei a subir numa velocidade
ligeiramente menor, só parando quando meus dedos entalaram na roldana.
Felizmente já tinha recuperado a minha presença de espírito e consegui, apesar
das dores agarrar a corda. Mais ou menos ao mesmo tempo o barril com os tijolos
caiu no chão e o fundo partiu-se. Sem os tijolos, o barril pesava
aproximadamente 25 quilos. Como pode imaginar, comecei a descer rapidamente.
Próximo do terceiro andar encontro o
barril que estava subindo. Isso justifica a natureza dos tornozelos partidos e
dos ferimentos nas pernas, bem como em outras partes do corpo. O encontro com o
barril diminuiu a minha descida o suficiente para minimizar os meus sofrimentos
quando caí em cima dos tijolos e, felizmente, só fraturei três vértebras.
Lamento, no entanto, informar que
enquanto me encontrava caído sobre os tijolos incapacitado de me levantar e
vendo o barril acima de mim, perdi novamente a presença de espírito e larguei a
corda. O barril pesava mais que a corda e então desceu, caiu em cima de mim,
partindo-me as duas pernas.
Espero ter dado a informação solicitada do modo como ocorreu o acidente”
.....
Não é distração, mas um texto importante para alertar sobre a importância da segurança do trabalho.
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